quinta-feira, 15 de abril de 2010

A TAVERNA DO SEO TITO


























Ir a Bandeirantes sempre me exigiu muito esforço, e fazia o trajeto de Mamborê a Bandeirantes com muita indisposição, porém no ultimo dia 10, juntamente com minha companheira Neusa, descobri que podemos aproveitar melhor os momentos de nossa vida, apenas precisamos nos soltar, saber se entregar e observar melhor os detalhes do que está em nossa volta, e podemos a cada momento encontrar um verdadeiro tesouro.
Visitar a venda do Seo Tito, foi uma viagem no tempo, um momento de felicidade que apenas quem viveu os anos 70 poderia sentir. Lembrei-me de quando criança ir com minha mãe ao armazem fazer compras, era tudo a granel, compravamos = arroz, feijão, farinha, oleo, querozene, etc. tudo a granel, por litro, por quilo, por duzia, levavamos uma sacola, não existia sacola de plástico, no máximo o armazem tinha sacos de papel, a maioria das embalagens eram retornaveis como as garrafas, também nao havia tanta diversidades de marcas e produtos....., não precisava, os pães minha mãe fazia, os doces eram feitos a partir de frutas, sorvetes? a gente conhecia apenas o de palito(como chamavamos). Tinha até uma frase que diziam assim - "o cabloco vinha pra cidade no domingo pra ir a missa, comer pipoca, algodão-doce, beber tubaína e levar susto de carro" hehehehe. No armazem, de doce, comprava-se o de coração de abobora, algumas geléias, balas, nada da imensidão de chocolates que hoje temos.
O Seo Tito está com 72 anos, ele nos contou que a venda dele foi inaugurada no ano de seu nascimento, lá é incrivel o que se encontra, tem realmente de tudo, lampião de querozene, panelas de ferro, pinico, moringa de barro, cereais a granel, etc etc. Seo Tito nos contou também que tentara mudar de ramo, chegaram a ter 11 caminhões, mas não tiveram sucesso, e continuaram com a venda e garante que ainda é um bom negocio.
No blog do Carlos Aleixo li um texto sobre o capitalismo, e realmente como é incrivel, nos dias de hoje culpam os pobres pelo fato de não saberem tratar e reciclar o lixo, mas não se discute o excesso de produção do lixo.
O que se vende nos dias atuais não são produtos que necessitamos e sim cria-se necessidades de consumo.
Nos faz falta as Tavernas como a de Seo Tito e do seu irmão, mas o que vemos são megas-hiper-mercados, vendendo toneladas de lixo, e é "chique", quem sabe a humanidade consiga descobrir o verdadeiro sentido da vida, e voltar viver de maneira simples, quem sabe........................
A Cia de Teatro Mamborê em breve estará estreiando a Peça de Martins Pena, O CAIXEIRO DA TAVERNA, aguardem.....

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